1.9.12

Actress – RIP (2012)

Actress

 

Álbum: RIP (2012)

 

Ao bebermos o líquido metálico – como uma transfusão virtual e íntima – adentramos num oceano de sensações que estão muito além da robótica, nos transformamos em máquinas sensitivas, peixes geométricos, paisagens simétricas com pulsações rígidas e milimétricas. Através desse universo – paralelo – conhecemos os caminhos percorridos pela excelência suprema dos ingleses do Actress – um dos maiores achados sonoros dos últimos anos -que veio para confirmar com RIP que de certo, viver em nosso mundo é apenas uma opção gentil e complexamente mágica para Darren Cunningham.

Dúbias camadas se entrelaçam sem nó, apenas com a metafísica do abraço no ar, o oxigênio que respiramos, mesmo que enfumaçado, reflete substancias de cores jamais pensadas, máquinas e seres convivem no mesmo multi espaço, a física quântica de RIP é digna de um estudo que duraria décadas e esse parece ser o tempo quase que ideal, para percorrer todos os sub becos e decifrar todas as senhas irreais que se transvertem conforme vamos sentido a passagem do tempo.

Se “Ascending” leva-nos à pistas onde a gravidade parece apenas um software obsoleto, “Holy Water” é o líquido que onde nossa matéria desprende-se rumo à fusões necessárias e indefiníveis. “Marble Plexus” começa readaptando nosso cérebro à múltiplas realidades onde pequenas teclas sintetizadas dão a incolor sensação de descobertas incompreensíveis. “Jardin” é o passeio calmo de um fim de tarde, as flores inoxidadas remetem à lembranças jamais removidas porém, temporais em sua sensações, frias em seu toque e sofríveis num então embraquecimento.

Serpent” faz o retorno à física, duplas camadas gemem pontiagudas reiterações gotejantes. “Raven” e “Glint” são mantras emitidos por freqüências que procuramos em meio à neblinas calmas, sem medo de precipícios momentâneos. RIP vai desaguando em seus pensamentos líquidos pelos túneis de volta a nossa realidade. Deixe “IWAAD” fazer todo o processo de reintegração, não espante-se se pegadas pastosamente cinzas forem vistas ao redor do chão, a certeza que estivemos numa ultra dimensão, irreparavelmente se concretizará.

RIP é o circuito onde o (já) mestre Darren Cunningham vai nos conduzindo por um universo onde os detalhes dependem do nível de entorpecimento que consegues chegar, a fascinação está no limiar de uma porta jamais adentrada. Um mergulho, um salto, um transbordamento na arrebentação da alma nos litorais irreconhecíveis.

Um dos melhores discos do ano certamente.

Actress - R.I.P.

Para ouvidos entorpecidos por: Máquinas futurísticas, Cyborgs, softwares, Techno cabeçudo, portais irreais, ácidos, arte em instalações.

 


0 comentários: