30.8.12

Pulsar – Guilherme Eddino (2012)

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Guilherme  Eddino

 

Álbum: Pulsar (2012)

 

Os primeiros acordes de “Pulsar” - Debut de Guilherme Eddino - também conhecido por suas mágicas interpretações ao vido, traz nos primeiros acordes um disco onde a orientação melódica traduze-se em cristalizações íntimas vindo à tona em larga profusão, essa é a tônica de “Bom dia” música de abertura. As guitarras misturam-se à poesia de “Quem me dera” e vamos sendo aos poucos embriagados pelo teor de Suave” com sua gaita que vem surgindo das portas do silêncio para um quase blues entorpecido. A faixa título “Pulsar” retorna a primeira ordem com as guitarras dialogando com a pulsação poética de Eddino, onde certa aspereza transforma-se num desejo sereno por uma liberdade pessoal intransferível. Chegamos na metade do disco com a bela “Agora” com uma das melhores letras do disco. O imediatismo urgente é na verdade uma sede pelo abraço a toda a realidade vivida, nada pode ser dispensado se for consumido com a certeza do destino e a verdade do instante. Uma pérola.

“Deus ex Machida” abre a segunda metade do trabalho trazendo o vocal de Eddino para a linha de frente, solos de guitarras se despem pelos litorais, mostrando o lado mais orgânico e a orientação mais roqueira até então. “O que sobrou do Amor” é um outro belo achado do trabalho. O teclado substitui as guitarras, descinzentando o ambiente e nos entregando uma das melhores performances vocais do músico. “O que sobrou do amor além dessa canção?” canta Guilherme enquanto percorremos caminhos cheios de memórias, fragmentos viscerais mas não menos sensíveis em seu sentido. “Todavia” mantem o vocal à frente e traz a última metade de Pulsar. Talvez a calção mais simples e mais urgente do percurso. Violão e vocal garantem a chegada sem grandes quedas até a canção se mutabilizar num delírio quase ingênuo.

“Senhas” é a canção mais anti convencional, até então; seu andamento deslinerar dialoga com o vocal na mesma freqüência do movimento, o poeta sufocado pela múltipla realidade cotidiana, foge pelos corrimões do espaço intrínseco, tudo encerrando-se num devaneio pulsante. Sem dúvida uma das melhores canções do disco.

“Vão” é a cereja do bolo do disco, e parece ter sido uma síntese certeira. Vocal, poesia, melodia densa, canção que faz querermos voltar ao começo, uma belo final de um disco que acima de tudo, parece ter vindo do âmago de um poeta em sonorizar suas certezas e transforma-las em peças de um suave e sublime quebra-cabeça.

 

Para ouvidos entorpecidos por: Músicas com alma, Poesia urbanas, Wilco, Moska, Phil Selway e sonhos vividos.

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