Lucy
Disco: Wordplay_For_Working_Bees (2011)
Há muito o techno tem nos levado a territórios impensáveis, reinventando a surrealidade com um caráter futurístico, inacreditável em muitos casos, arquitetonicamente simétrico e preciso com matemáticas que se diluem nas mentes dos seus autores.
Não foi diferente no debut do jovem Luca Mortellaro. A base é Berlim novamente, na também estréia de sua gravadora, a “estroboscópicos Artefactos”.
A colméia sintética de Wordplay For Working Bees entrelaça-se pelo asfalto, mergulha seu rosto nas pequenas poças – onde reflete invisibilidade e as nuvens – O universo é pessoal, Luca Mortellaro é o condutor por vias embasadas, repletas de pés encaixotados e rostos reduzidos a túneis – que como uma prisão a céu aberto – tornam-se imperceptíveis.
A estrutura erguem-se como becos dentro de nossos ouvidos, longos corredores que se prolongam, palavras e gestos como raízes debaixo de prédios, cartões de créditos que falam mais por nós que nós mesmo, ruas diluídas com a pressa, o universo IDM com forte referencia urbana, por vezes paisagens experimentais, sedutoras, mas não fáceis de serem consumidas. Será que ainda temos tempo pra olhar no espelho através de uma obra? Wordplay For Working Bees impressiona por sua textura construída e pensada para nos vertiginar, nos tomar der assalto, como num seqüestro cyborg pelas cidades que já nem dormem mais. Mais que um delírio, um documento concreto vindo do Cyberspace sob a batuta techno.
Para ouvidos entorpecidos por: Jeff Mills, Karlheinz Stockhausen, Peter_Van_Hoesen
0 comentários:
Postar um comentário