10.2.10

Pantha du Prince - Black Noise

pantha

Pantha Du Prince

Disco: Black Noise (2010)

Hendrick Weber está salvando o minimal techno.

O 4x4 encapsulado, tocado a exaustão há anos já, encontra uma evolução criativa no segundo álbum de seu projeto Pantha du Prince, Black Noise, que será lançado semana que vem pela Rough Trade Records. Rought Trade? Selo de Smiths e Arcade Fire? Sim, uma conquista significativa e bem peculiar para um artista que espantou críticos e pistas com This Bliss, debut lançado há quase três anos atrás pela Dial Records.
Weber - que se apresentou em SP na festa V3 (2007) -, busca refúgio sonoro e conceitual na natureza. Black Noise foi gravado com captações de som, áudios e informações sonoras gravadas por Pantha com a ajuda de Joachim Schütz e Stephan Abry nos Alpes Suíços, fato que ele contou em entrevista ao Rraurl no Sónar 2008: "Levamos aparelhos, microfones e gravadores para as rochas e tocamos. Dava para ouvir os pássaros, os cachorros latidos, o sino da igreja tocando. Está tudo lá nas gravações, é lindo", explica, comentando como a dance music inorgânica pode ser, para ele, a complementação de barulhos encontrados na natureza. "Estou interessado em fontes criadas por humanos, que depois são transferidas para as máquinas."
Mas não expere ouvir cachorros latindos nem o barulho da chuva, pois o título Black Noise representa a utilização de sons e barulhos que existem, mas não são audíveis e não deixar de ser informação sonora - a música escondida. São enxertos na frequência do techno Pantha du Prince que acaba por revestir as faixas do álbum. Em "Abglanz", os sinos de Pantha - presentes obsessivamente em todo o disco - badalam entre o que poderiam ser uivos de vento, passos entre folhas e pedras em choque. Ao fundo, um bass nervoso, percussão tribal, chocalhos e uma construção feita em simbiose tão complexa como um emaranhado de terra com folhas secas e bichos. Música orgânica, definitivamente.

pantha_du_prince_black_noise_albumcover_k

 

Texto original em > Rraurl

 

Para ouvindos entorpecipos por: Four Tet, Ellen Allien, Apparat

0 comentários: