20.1.12

Floating_Points—Shadows (2011)

Floating_Points

Disco—Shadows (2011)

No Final da última década o jovem produtor inglês Sam Shepherd se tornou uma espécie de “mito” prodígio das gravadoras e suas parcerias com a vanguarda eletrônica se tornaram constante e promissora. Desde 'For You/Radiality' (Eglo records) – Eglo é um selo criado por ele -  seus minúsculos e intricados Eps, mostraram o crescimento de suas trilhas como um gênio em larga escala rumo ao transcendentalismo techno experimental. Ouça ‘Vacuum Boogie’, e ‘Love Me Like This’ e entenda.

Shadows é mais um  prova que Floating Points possui assustadoramente o domínio do percurso quântico, atravessando em múltiplas camadas as paisagens que teimam em se desdobrar enquanto inevitavelmente abrimos as portas do silêncio.

Se tanto em “myrtle_avenue” como “Obfuse” há camadas de loops de bateria que em algum momento parecem se sobrepor, nossos ouvidos devem estar preparados para desvendar pequenas perfurações metafísicas - na rigidez dos movimentos - criando ambientes solares – não menos irreais na verdade – dentro das sintéticas performances da música.

A tensão pós-dubstep/jazz/house das duas primeiras faixas é invertida em ambientação entrelaçada agora em sedutoras incursos por terrenos escuros em “-realise”, onde loops servem como chão inconstante que parece querer afundar se pisarmos sem atenção. Floating definitivamente é mestre na criação de camadas se sobrepondo mas que ao mesmo tempo não se agridem – muitas das vezes jogando a percepção de algumas para segundo plano – mas aqui todas elas parecem em primeira pessoa, recriando uma ilusão auditiva de triplas sonoridades techno-sônicas.

Essa tese sonora permanece em “arp3”: Um túnel de sensações recombina-se numa pista inacreditalmente translúcida – onde Point parece friamente calcular as equações com precisão cirúrgica – O lisérgico resultado não parece nenhum devaneio andróide e sim a evidência de estarmos no limiar de um resultado até então inexplorado – sem dúvida uma das obras primas desse disco.

Se é de um túnel de sensações que falávamos “sais” traz o final dele em passagem pelos mais cotidianos fluidos das cidades. A elegância do jazz com o minimalismo techno e a sutileza –metamórfosica de Point- cria uma espécie de física futurística que não precisamos compreender  e sim recriar suas alterações do espaço em nossas capsulas cerebrais em ácidas sensações de expansão. Um dos melhores discos de 2011.

Para ouvidos entorpecidos por: Física Quântica, Jazz space, Techno experimental, Garage, minimalismos sintéticos, lisérgicas pistas.


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