24.1.12

Entrevista: Gui Boratto

Via Rraurl.

 

"Acho que meu próximo álbum terá muitos vocais. Muitos mesmo!"

 

Gui Boratto. Se bobear, a maior tag de um artista brasileiro em todo o rraurl. Dentro de alguns círculos musicais, Gui Boratto é reverenciado. Seu prestígio no mundo todo é tamanho que sua agenda de 2012 já está toda comprometida. Sim, ele é um superstar do techno. Não há dúvidas. Tanto quanto um Michael Mayer ou um Matthew Dear. Seu som por horas doce, por hora compenetrado sempre teve uma característica quase imagética, mesmo passando por terreno abstrato.


Em 2012, Gui viajará o mundo com a turnê de seu disco III, e apresenta um componente visual para acompanhar sua obra musical. A passagem por São Paulo deve ser uma das poucas no ano, então Gui projeta clima de "reuniãozinha familiar" no Cine Jóia, amanhã. Gui aproveitou e falou com o rraurl sobre a apresentação, sobre III e sobre seu futuro próximo.


O seu novo live-act apresenta traz uma visual das músicas por meio de luzes e cores. Como foi o processo de desenvolvimento da apresentação? Imagino que a sua experiência como arquiteto tenha entrado em jogo... como foi isso?


Essa ideia surgiu da necessidade de agregar algo nas minhas apresentações. Como já havia feito o formato "banda", adicionando outros músicos no palco junto comigo, resolví mudar e colocar colunas de LED, sincronizadas uma a uma, ao meu som. É uma experiência interessante, assim você pode "ver" um pouco da música. Claro que minha veia de arquiteto entrou em jogo, mas devo ressaltar que os diretores de arte Cadú e Pablo Menna, da produtora Toro, tiveram a maior participação. Ambos programaram todo o conteúdo das colunas.


Como é apresentar um trabalho dessa magnitude pela primeira vez em casa? Como você imagina que vai ser o clima?


Eu estou muito ansioso e animadíssimo. Tocar em casa é sempre demais. Voce encontra muitos amigos que vão alí para te prestigiar. Tenho muita liberdade de "testar" coisas diferentes no meu set, além de ser muito bom, tocar alí na esquina. Além disso, vai ser uma noite especial, num lugar incrível: Cine Jóia.


Como esses anos todos de turnês em clubs e festivais dos mais diferentes perfis ao redor do mundo influencia o seu trabalho? Quanto disso está dentro do seu último disco,III?


Não só essa experiência, mas toda e qualquer experiência me influenciou. Não só na feitura do álbum em sí, mas na criação desse conteúdo visual.


E sua vida pessoal? Como ela influência as músicas que você escreve?


Em tudo. A minha vida pessoal está diretamente ligada ao meu estado de espírito. A partir disso eu componho algo triste, algo feliz.


Mudando 180º de direção: você acredita que ainda existe algum caminho no techno?


Claro que sim. Sempre existirá. Afinal de contas, o que é Techno? Se ele está onde está, é justamente porque ele precisa disso. Acredito muito na união de diferentes vertentes do Techno (como é o meu caso, mesclando Techno, house, ambiente, trance, etc) a outros estilos musicais como rock, pop, world, etc.


Qual foi a última coisa de música eletrônica que você ouviu que te fez ficar realmente excitado?


Acho que foi "Sky and Sand" do meu amigo Paul Kalkbrenner e "A Night in Melbourne" do meu outro brother Robert Babicz. Ambas músicas são incríveis.


Tem algum tipo de sonoridade que você nunca explorou e que você tem vontade de experimentar em um futuro próximo?


Sempre gostei muito de explorar elementos orgânicos, como instrumentos musicais tocados pelo ser humano, e não sequenciados pela máquina. Venho colocando elementos assim nas minha produções, como baixo, piano e guitarra (tocados por mim mesmo). Mas acho que meu próximo álbum terá muitos vocais. Muitos mesmo!


Por onde vai passar a turnê de III? O que podemos esperar de você nos próximos meses?

Já tenho o ano todo traçado, em termos de "gigs". Asia, Estados Unidos e uma grande tour pela Europa no meio do ano, como é de praxe. Além disso, música para videogames, mas isso ainda é segredo. Não posso adiantar mais nada. Ainda esse ano, vai sair o filme "Paraísos Artificiais", dirigido por Marcos Prado, produtor dos "Tropa de Elite" 1 e 2. Eu escreví a faixa tema, com o nome do filme.

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