28.1.11

Alice Coltrane -Ptah The El Daoud

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Alice Coltrane

Alice Coltrane -Ptah The El Daoud (1970)

A música em si é uma das artes mais arrebatadores já criadas. Desda da percepção humana aos cantos dos pássaros, genuina perfeição sonora, às manipualações sensoriais da matemática musical às singelas melodias ou poderosos hermetismos, todos de alguma forma captam a música num estado que lhes é próprio e ninguém passa imune a essa manifestação da vida.

Mas alguns seres vieram para causar rupturas e dilatar a matemática da música ocidental e criar suas próprias equações e definir onde querem chegar de forma inigualável. Esse é o caso de Alice Coltrane em Ptah The El Daoud.

Estamos distante, nossas razões físicas estão há tempos rompidas e Alice nos arremessa num expiral calendoscopiante da faixa-título. Tudo vai se rompendo lentamente num desenrolar contínuo que vai se desdobrando entre o piano alien e o trumpete quântico. Aos poucos a canção toma formas imprevisíveis, não frenética e sim imperceptível, o piano, como um verdadeiro pincel mágico cria e abre novos caminhos por dentro do nosso espaço interior.  O disco é um achado monolítico, esquecido em meio aos emcombros de civilizações desaparecidas, tesouro psicodelico em cubos futuristicos, base da psicodelia krautrock, cálculos para a metafísica sonica, partituras invisíveis para o radiohead, códicos indecifráveis para o techno e cosmonautas modernos, Alice Coltrane escreve um verdadeiro tratado. Onde a matématica foi diluida num buraco negro que so quem acredita na ilusão do mergulho sentirá os átomos se desprendendo numa gravidade íntima, inconfessável.

Para ouvidos entorpecidos por: Cosmo, Metafisica, física quântica, psicodelia.

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