3.12.10

Matéria/CAPELA MORTUÁRIA

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Por: João Leno Lima
 
A
ARTE COMO RAZÃO DE EXISTIR.
 
A cena rock de Marituba/Pa (cidade nos erredores de belém) é lendária e de uma tradição que vai atravessando as gerações. “Rockadas” e bandas vão morrendo e nascendo e um público que se mantêm fiel a um estilo saturado como o Rock, Prova, que esse mesmo ainda detém de uma energia capaz de modificar, interferir positivamente no meio onde nasce “recrutando” mentes para acompanhá-lo na jornada de ser “underground” ou “rebelde de alguma coisa”

Sentimento que persiste em uma cidade que carece de infra estrutura (para abrigar show “alternativos” de médio porte) e onde certo preconceito ainda permanece atrelado ao estereótipo da imagem do roqueiro.

Pude acompanhar (em um show realizado num espaço no centro) enquanto esperava para falar com a banda; que o publico que respira a nova cena da cidade é
sobretudo jovens, estilizados, e que carregam consigo o futuro dos movimentos em se tratando de rock. O Público existe e se renova essa é a certeza.
E no final de um show pude conversar com Gil e Michele.

Com temáticas religiosas em letras autorais e sonoridade “sombria” a Capela Mortuária desponta como uma das bandas mais interessantes da cena de Marituba.
Seu som busca reafirmação em seu estilo “parecido não é igual” afirma Gil, reinvidicando singularidade sem negar influência alguma.

Formando por Gil (ex membro de bandas como Rebordosa) e Michele que faz sua estréia como vocalista e nesse sentido, sua postura passiva no palco num vocal que cria uma camada cristalina que penetra e contrasta com o ambiente tenso das guitarras é um dos pontos altos da banda, enquanto Gil destila seu vocal carregado duetando sobre os lençóis da melodia nervosa e escura, essa (a melodia) como uma nuvem cinza que paira sobre nossos ouvidos. A performance de “Micha” (como a vocalista é chamada) lembra bandas contemporâneas como o Goldfrapp.

O casal concentra suas referências musicais no Trash metal e em 2008 começa a fazer shows pela cidade. Com projetos para gravar futuramente uma demo e mais a frente um disco, a Capela vai esculpindo seu som rumo a uma sonoridade que possa ser fiel ao espírito de perfeccionismo que molda Gil e Michele.

“Se eu faço uma música, é pra ti gostar, pra mim gostar, o cara dali gostar, é uma luta diária” Para a Capela, arte se traduz em várias formas de expressão dignas de serem apreciadas. A arte está em extrair de forma verdadeira para o público aquilo que está dentro de si: “Aqueles que se expressam de formas incríveis” Grafite, poemas, bandas, são para Gil e Michele a certeza máxima de o que é arte. É sua própria razão de existir. Existindo.

Para a Capela Mortuária, sobre arte: “sem ela agente não vive”
 
 
 
 

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